Oies Bookaholics!
Marian Keyes é uma das minhas autoras contemporâneas favoritas e A mulher que roubou a minha vida foi o último livro que li e também livro com a mais baixa avaliação dos leitores.
★★★★
The woman who stole my life – Tradução: Renato Motta – Bertrand Brasil – 2015 – 472 Páginas
Um dia, andando de carro em meio ao tráfego pesado de Dublin, Stella Sweeney, mãe e esposa dedicada, resolve fazer uma boa ação. O acidente de carro que resulta disso muda sua vida. Porque ela conhece um homem que lhe pede o número do seu celular para o seguro, plantando a semente de algo que levará Stella muitos quilômetros para longe de sua antiga rotina, transformando-a em uma superestrela e também, nesse processo, virando a sua vida e a de sua família de cabeça para baixo. Em seu novo e divertido romance, Marian Keyes narra a história de uma mudança de vida. É tudo muito bom quando se passa de um cotidiano banal para dias cheios de eventos glamorosos — mas, quando essa vida de sonhos é ameaçada, pode-se (ou deve-se) voltar a ser a pessoa que se costumava ser?
Depois de ler e gostar de diversos livros da autora seria uma escolha segura iniciar mais um, mas infelizmente eu estava numa ressaca literária e levei mais de duas semanas para concluí-lo. Entretanto a autora nunca me decepciona!
A narrativa envolvente de Marian Keyes é um dos seus pontos fortes, e além disso a autora emprega nessa estrutura duas linhas narrativas: uma presente e outra a alguns meses do passado, então a gente fica instigado para descobrir o que deu errado na vida de Stella. A revelação sobre o que aconteceu com a protagonista não vem fácil e nem nas primeiras páginas, isso porque ao longo das quase 500 páginas Marian Keyes não tem receio de desenvolver outras narrativas sobre a Stella, e esse foi o ponto que as pessoas menos gostaram da história. Para mim isso não foi um problema, mesmo não estando no meu melhor momento de leitura quando eu conseguia me dedicar ao livro lia 100 páginas fácil. Digo mais, se não tivesse toda essa preparação com um bom desenvolvimento dos personagens eu provavelmente não teria terminado a leitura.
Stella é como mais uma típica personagem de Marian Keyes: uma mulher irlandesa por volta dos 40 anos e que precisa lidar com alguma situação complicada na sua vida. A protagonista é casada e tem dois filhos adolescentes e logo de início sabemos que as coisas não vão bem. Além de um acidente de carro, ela está se separando do marido, sua filha mais velha não mora mais com ela e seu filho mais novo basicamente a odeia.
De volta a Dublin depois de uma temporada em Nova York devido ao sucesso de seu best-seller Stella se vê com diversos problemas financeiro, um bloqueio criativo para escrever um novo livro, lidar com as preocupações do seu corpo que está nas condições desejadas e conciliar os perrengues do ex-marido que não quer sair de sua vida de jeito nenhum e ele ainda a acusa de ter roubado a vida dele.
Um ponto essencial no passado de Stella é uma doença (que prefiro não falar porque seria spoiler) que a desestabiliza completamente. Eu particularmente não conhecia e fiquei impressionada como são seus sintomas e foi sufocante acompanhar os primeiros estágios e a difícil recuperação da personagem. Mas não tem um tom meloso ou muito dramático sobre isso já que Marian Keyes conseguiu equilibrar bem a atmosfera de sua narrativa. É aqui também que conhecemos um personagem essencial para Stella e que muda os rumos de sua vida.
A narrativa é sob o ponto de vista de Stella, mas o tom irônico e engraçado de Marian Keyes se faz mais uma vez presente. Ficamos presos à perspectiva dessa protagonista, então só sabemos todos os fatos pela visão dela, e isso foi o que me desanimou um pouco quando o final foi revelado e aí eu fiquei: “ah tá, foi isso?”. O que eu senti, tomando mais uma vez a minha experiência com as demais obras da autora era que algo traumatizante tinha acontecido. Ela até joga algumas pistas durante a narrativa, mas as coisas não se desenvolvem e eu fiquei com a impressão negativa de ter sido enganada, porque as coisas poderiam ter acontecido, criou expectativas e no final ficou meio sem graça, digamos assim.
Esse não é, de longe, o melhor livro da autora, mas também não é o pior. Além da narrativa, os personagens são tão bem construídos que me senti apegada e próxima deles, torcendo por eles. Um ponto que gostei também foi que a autora desenvolveu a temática da escrita e do mercado editorial, essencialmente do mercado norte-americano, e até senti uma crítica em relação às pessoas que por um golpe de sorte conseguem o sucesso no ramo, principalmente nos livros de desenvolvimento pessoal. Mais do que isso, me pareceu muito claro uma crítica a este nicho específico do mercado que tenta vender uma imagem que não condiz propriamente com a realidade do seu autor, e também por colocar a mulher dentro de certos padrões estéticos para reproduzir essa imagem idealizada de sucesso.
Até o próximo post!
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