Resenha | Sonhos elétricos, de Philip K. Dick + Considerações sobre a série Electric Dreams

Oies Bookaholics!

O mês de julho está quase chegando ao fim e vim compartilhar a minha experiência de leitura dos 10 contos que compõem Sonhos elétricos do autor Philip K. Dick, nome de grande destaque no gênero de ficção científica, publicado pela Editora Aleph.

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Electric Dreams – Sci-Fi – Tradução: Daniel Luhmann – Aleph – 2018 – 256 Páginas – 4,5/5

Sinopse: Philip K. Dick foi um dos maiores nomes da ficção científica em todo o mundo e encabeça, também, a lista dos autores do gênero mais roteirizados em Hollywood. Os dez contos de sua autoria reunidos nesta edição foram adaptados para a série televisiva britânica Electric Dreams, uma antologia de histórias futurísticas que, ao mesmo tempo, ilustram a visão profética de Dick e celebram o eterno apelo midiático de sua obra. Seguindo o que a literatura de Dick tem de melhor, os contos de “Sonhos elétricos” apresentam cenários familiares, mas ao mesmo tempo estranhamente distorcidos, e têm o poder de questionar a realidade e tirar o leitor de sua zona de conforto.

 

Sobre os contos

Depois que vi a Pam Gonçalves recomendo o livro e a série por serem bem semelhantes à Black Mirror, eu pensei que precisava para ontem, rs! E sim, considero Black Mirror a melhor série de todos os tempos, confiram: Black Mirror para f* com a sua cabeça ❤ Mas falando primeiramente sobre o livro, apesar de ser contos, eu estava um pouco apreensiva com a leitura, já que eu não tenho o hábito de ler ficção científica, eu tenho uma dificuldade de visualizar na minha mente o mundo que o autor construiu (motivo também por eu evitar livros de fantasia). Confesso que os três primeiros contos foram um pouco mais difícil de acompanhar e manter um ritmo de leitura, e até tive dificuldades de entender o desfecho de alguns, ao mesmo tempo que tinha meu primeiro contato com o estilo do autor. Mas, conforme a leitura foi evoluindo, intercalada pelos respectivos episódios da série, fui me apaixonando e me surpreendendo com as reviravoltas e temáticas abordadas.

É muito difícil aprofundar muito nos contos, porque corro o risco de dar spoilers, e como o meu objetivo com esse post é fazer indicação de leitura não fica legal revelar muito a fundo. Mas, em geral, os contos trabalham muito bem a relação entre humanidade e tecnologia, futuros distópicos e porque não apocalípticos, realidades paralela e alternativa. Não vou falar sobre todos os dez contos que formam Sonhos elétricos, mesmo porque eu não amei todos os contos, mas quero destacar os meus favoritos, sendo eles: Humano é; Argumento de venda; Foster, você já morreu e O enforcado desconhecido, contos estes que colocam em debate o consumismo e a importância exacerbada dos bens materiais e ainda a barbárie tida como algo normal. Os contos também conseguem trazer perspectivas diferentes, de crianças a idosos, seus anseios e angústias, nos fazendo refletir muito sobre o que é realmente ser humano.

Para quem não conhece a obra do autor, assim como eu, Sonhos elétricos é uma boa opção por ser contos, histórias mais curtas e que podem ser lidas sem uma ordem específica. Outros títulos do autor publicados no Brasil são: Androides sonham com ovelhas elétricas?; Realidades adaptadas; O homem do castelo alto, por exemplo.

 

Sobre a série

A obra de Philip K. Dick já tinham influenciado filmes e séries, mas em 2018 os contos inspiraram a série Electric Dreams, que está disponível na Amazon Prime Video, o serviço de stream da Amazon, aproveitando, já vou deixar o valor pelo serviço: 7 dias grátis, R$ 7,90 por seis meses, após esse período, R$ 14,90 😉

Um dos pontos que merecem destaque logo de cara é que no início de cada conto há uma pequena introdução dos roteiristas de cada episódio falando sobre a influência de Philip K. Dick em suas vidas e as escolhas que optaram ao adaptar os contos para a série. ❤ Apesar de sempre enxergar uma adaptação como adaptação e não como uma coisa isolada, eu gostei muito da série, entendi muito as mudanças que os roteiristas utilizaram, já que a representatividade foi colocada mais evidência, diferente dos anos 1950, época em que os contos foram escritos.

O que eu achei muito interessante é que a série, com seu apelo visual a partir das imagens conseguiu criar um mundo que para mim não tinha ficado muito claro durante a leitura, a tecnologia, os ambientes e atmosfera. Com isso, entendo que livro e série constroem juntos experiências que se complementam para o leitor/telespectador, e sim, mesmo lendo antes de assistir ainda é possível ser surpreendido assistindo aos episódios, porque também fica aquela expectativa de como os roteiristas interpretaram aquilo que o autor escreveu. Tendo em mente que não é uma cópia fiel dos contos, apenas um episódio eu gostaria que fosse exatamente como estava no conto: Foster, você já morreu e que na série ficou como Safe and sound.

É muito parecido com Black Mirror? Sim, em alguns pontos, mas ao mesmo tempo a gente consegue notar uma perspectiva um pouco diferente no conjunto dos episódios, e para mim não fiquei nenhum momento rivalizando as duas séries, eu gostei muito das duas! Mas vale notar que se na primeira contamos com novos atores, Electric Dreams investiu em atores bem conhecidos do público e outros nem tanto, mas que também não passaram despercebidos.

Eu recomendo o vídeo da Carol Moreira (a diva que tenho acompanhado nesse ano) em que ela explica melhor as partes técnicas da série, como a fotografia, figurino, edição que me fizeram entender melhor alguns detalhes da série. ❤

 

Então, se você curte ficção científica e também gostou muito de Black Mirror, Electric Dreams provavelmente vai te agradar também. E com certeza voltarei a ler esses contos para absorver melhor o que o autor propôs, identificando alguns pontos que numa primeira leitura podem ter ficado de fora, como geralmente acontece durante a leitura de contos.

Por favor, me indiquem nos comentários livros do gênero para que eu possa conhecer e me aprofundar melhor nesse mundo, ficarei eternamente grata pela colaboração 😉

 

Até o próximo post!

 

A Bookaholic Girl (2)

 

 

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12 Comentários

  1. Muito legal. Não conhecia essa série, mas as suas opiniões sobre ela me aguçaram a curiosidade. Inclusive, obrigado por me apresentar mais um autor para minha lista.
    Abraço.

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  2. Estou super curiosa pra Sonhos elétricos. Eu não sabia que eram contos, mas como li Androides sonham com ovelhas elétricas e gostei bastante, fiquei interessada já, embora essa seja a primeira vez que leio uma resenha do livro.
    Do gênero ficção científica bem fácil de entender e que tem uma série de temas sendo abordados é A longa viagem a um pequeno planeta hostil, da Becky Chambers. Beijos!

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    1. Oies! Primeiramente seja muito bem vinda 🙂 Percebi que vc é uma grande fã de sci-fi, pelo visto, rs Já ouvi falar em A longa viagem a um pequeno planeta hostil, e quem sabe agora que estou dando chance possa gostar bastante do estilo! Depois que ler e ver a série me diga o que achou, combinado?! Bjos da Cah 🙂

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  3. Ah gente! Ainda não assisti a série, esperando ler o livro, mas quero muito ler esses contos! Cara a Carol e a Pam são divas mesmo rsrs. Adorei a resenha! 😊 bjos

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    1. Oies! Ah, fico feliz por vc ter gostado 🙂 Eu adorei a experiência, ah, fui revezando com outros livros tbm, não li tudo de uma vez, apesar de sentir que o ritmo de leitura e da série foi prejudicado, rs Mas valeu a pena, deu para refletir sobre as histórias 😉 A Pam eu acompanho desde 2014 e sou muito suspeita a falar, pq 95% do que ela sugere eu acabo gostando muito, sobre a Carol foi diferente, passei a dedicar mais tempo a filmes e séries nesse ano, e tô gostando de ver análises de um ponto de vista mais técnico, sabe? Entender melhor a ideia de enquadramentos, planos, fotografia, e estou amando! Quando ler e assistir Sonhos elétricos vou querer saber a sua opinião, combinado?! 🙂 Bjos ❤

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      1. Opa! Combinadíssimo! Sobre a Carol e a Pam eu sou o oposto, acompanho a Carol desde o Omelete e a Pam, comecei a acompanhar mesmo em 2016 mais ou menos rsrs. Bjos e até ❤

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  4. […] Também aproveito o post para falar sobre a série, confiram: Resenha | Sonhos elétricos, de Philip K. Dick + Considerações sobre a série Electric Dreams. […]

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  5. […] envolvendo nós seres humanos e a tecnologia, não por acaso amo as séries Black Mirror, Electric Dreams e o filme Her, que acabam colocando em perspectiva relacionamentos amorosos de alguma maneira. Por […]

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