Oies Bookaholics!
A rede de Alice foi um dos livros do clube de leitura da Reese Whiterspoon e também a leitura coletiva do mês de agosto do Clube do Curinga, motivos estes que me despertaram o interesse pela história.
5 ★
The Alice Network – Tradução: Rogério Alves – Vérus Editora – 2019 – 518 Págs.
Um romance de glória e sacrifício que fará com que os leitores embarquem nessa aventura e façam questão de não abandoná-la até a última página. Neste romance histórico hipnotizante, duas mulheres – uma espiã recrutada para a Rede de Alice, esquema real que ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, e uma universitária americana que busca sua prima ao final da Segunda Guerra – são unidas em uma história de coragem e redenção. 1947: no caótico fim da Segunda Guerra Mundial, Charlie St. Clair é uma universitária grávida, sem marido e prestes a ser expulsa de casa por sua família. Ela também nutre uma esperança desesperada de que sua prima Rose, desaparecida durante a ocupação nazista da França, ainda possa estar viva. Então, quando os pais de Charlie a levam para a Europa para cuidar de seu “probleminha”, Charlie foge para Londres, determinada a saber o que aconteceu com a prima que ela ama como a uma irmã. 1915: Eve Gardiner quer lutar contra os alemães na Primeira Guerra Mundial. Ela recebe essa chance ao ser recrutada como espiã e enviada à França, onde é treinada por Lili, a rainha das espiãs, que gerencia uma vasta rede de informantes bem debaixo do nariz dos inimigos. Trinta anos depois, assombrada pela traição que desmantelou a Rede de Alice, Eve passa seus dias bêbada em sua casa em Londres, até que uma jovem aparece falando um nome que ela não ouvia há tempos – e a lança em uma missão atrás da verdade.
A rede de Alice foi uma leitura que me surpreendeu e de forma muito positiva. Eu não tenho o hábito de ler livros de ficção histórica, porque apesar de gostar muito de conhecer sobre contextos passados, tenho a errônea impressão que o livro adotará o estilo de um livro didático de História. Muito pelo contrário, Kate Quinn desenvolve uma narrativa tão envolvente que é difícil interromper a leitura.
A partir de duas diferentes perspectivas e tempos cronológicos, a Primeira e a Segunda Guerras, somos envolvidos na trama de duas protagonistas mulheres e os desafios que elas vivem por pensarem diferente do que uma sociedade patriarcal espera. Mais do que isso, estamos diante de mulheres que além de não seguirem determinados padrões, também acreditam que têm condições de lutar na guerra, o que nos leva ao serviço de espionagem em que a força feminina conseguiu atuar de maneira muito perspicaz.
Quando se pensa em guerra, a maioria dos livros ficcionais se dedica em retratar algum episódio do Nazismo e as atrocidades cometidas contra os judeus, o que não é um problema. A rede de Alice se diferencia não por colocar em foco a Primeira em detrimento da Segunda, mas de apresentar ao leitor as suas consequências em diferentes países, tratando principalmente dos traumas daqueles que sobreviveram (tema este recorrente nas obras do autor italiano Primo Levi). Com uma narrativa que não gira em torno apenas das protagonistas Charlie St. Clair e Eve Gardiner, somos imersos nos mistérios acerca de outras mulheres que fizeram parte de suas vidas. No decorrer das páginas o leitor é conduzido a montar o difícil quebra-cabeça que as une, mesmo com uma lacuna de mais de 30 anos.
Alternando o foco narrativo ora sob a perspectiva em primeira pessoa de Charlie no presente (1947), ora com a perspectiva em terceira pessoa de Eve no passado (1915), os capítulos são construídos de maneira a deixar cliffhangers, finais abertos que dão ganchos a novos desdobramentos na história. E fica aqui o alerta de gatilho para aqueles que são sensíveis às cenas de violência, tortura e abusos sexual e psicológico. É importante deixar claro, mesmo que o contexto seja o de guerra e cenas como essas são comuns, infelizmente.
A rede de Alice foi um dos melhores livros que li nesse ano e o considero de extrema relevância ao retratar o papel de mulheres reais que não tiveram o devido reconhecimento. A nota da autora ao final do livro chama atenção para esse aspecto. Kate Quinn compartilha o resultado de sua pesquisa sobre o assunto e detalha quais fatos reais lhe inspiraram a construir suas personagens e acontecimentos ao longo do livro. Essa leitura também me despertou a vontade de conhecer outras histórias que abordam as mulheres em contextos de guerra, como A guerra não tem rosto de mulher, da autora Svetlana Aleksiévitch.
Até o próximo post.
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Olá, tudo bem?
Que história interessante!!
É um assunto realmente muito pertinente, o papel das mulheres nas guerras. Adorei seu texto.
Abraço.
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Amei a sua resenha. E este tipo de história sempre consegue me conquistar. Já quero ler!♥
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[…] A rede de Alice, de Kate Quinn […]
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