12 Livros nacionais para 2020

Oies Bookaholics!

Iniciando os trabalhos de 2020 com um projeto de leitura que tem dois objetivos: o primeiro é desencalhar alguns livros que tenho esquecidos na minha estante; e o segundo é a leitura de livros de autores nacionais, visto que a cada ano eu leio pouco da nossa produção literária.

Escolhi os títulos que a cada mês serão lidos, então por isso, serão 12 livros ao longo do ano e todos serão resenhados por aqui, o que também não significa que lerei apenas estes livros nacionais, mas são aqueles que tem mais prioridade para este ano.

Os livros escolhidos serão:

1. Janeiro – Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

MEMORIAS_POSTUMAS_DE_BRAS_CUBA_1530486396797SK1530486399B.jpg É após a morte que Brás Cubas decide narrar suas memórias. Nesta condição, nada pode suavizar seu ponto de vista irônico e mordaz sobre uma sociedade em que as instituições se baseiam na hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e sociais não escapam à sua visão aguda e implacável, nesta obra fundamental de Machado de Assis.

 

 

 

 

2. Fevereiro – Ponciá Vivêncio, de Conceição Evaristo

ponciá

A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado.

 

 

3. Março – Novos Mafuás, vários autores

NOVOS_MAFUAS_1518574588756569SK1518574589BDurante a Flip 2017, Daniela Avelar, Henrique Martins, João Montanaro e Vânia Medeiros participaram de uma residência gráfica na Casa do Papel e criaram o livro Novos Mafuás em quatro dias, com orientação de Gustavo Piqueira.
O livro Novos Mafuás: Crônicas de Lima Barreto e algumas outras coisas feitas por algumas outras pessoas gira em torno de crônicas do autor homenageado da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) deste ano. Os textos foram a matéria-prima para as reflexões gráficas, que envolveram intervenções do livro na água, desenhos, impressões em tipografia, ensaios fotográficos e novos textos.

 

4. Abril – São Bernardo, de Graciliano Ramos

SAO_BERNARDO_1356749518B.jpg “Deve-se escrever da mesma maneira com que as lavadeiras lá de Alagoas fazem em seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”

 

5. Maio – Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex

HOLOCAUSTO_BRASILEIRO_1384543957BNeste livro-reportagem fundamental, a premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade.
Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças. 

 

6. Junho – Lugar de fala, de Djamila Ribeiro

LUGAR_DE_FALA_1554909772867917SK1554909773B (1) A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cisheteropatriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.

 

 

7. Julho – Sagarana, de João Guimarães Rosa

SAGARANA_1112233739B.jpg Nove contos que revolucionaram a literatura regionalista no Brasil. Em histórias como “O burrinho pedrês”, “Corpo fechado” e “A hora e vez de Augusto Matraga”, o sertão mineiro cria vida na linguagem mágica inventada pelo gênio de Guimarães Rosa.

 

 

 

 

 

8. Agosto – A falência, de Júlia Lopes de Almeida

41rWyl1WCzL._SY346_Ícone do modernismo brasileiro, Júlia Lopes de Almeida consegue oferecer um notável panorama das repercussões do boom do café no final do século XIX na formação da nascente burguesia urbana, e também retratar, com impecável maestria, os meandros de uma sociedade machista e hipócrita, em que subsistem as relações escravocratas e aprofundam-se as desigualdades sociais.
Rio de Janeiro, 1891. Francisco Teodoro, um bem-sucedido e ambicioso comerciante de café, conhece Camila. Em busca de um casamento que traga estabilidade, ele não vê melhor opção que desposar tal jovem, bela e de boa e humilde família. Os filhos Mário, Rachel, Lia e Ruth crescem a olhos vistos, enquanto a empresa do pai continua a prosperar.
Nem só de flores, contudo, vivem os Teodoro. Francisco, cada vez mais ganancioso, vê outros comerciantes se arriscando no trato com o café e decide fazer o mesmo. Afinal, é preciso aumentar o patrimônio familiar que Mário insiste em dilapidar. Camila, alheia aos movimentos econômicos e cada vez mais absorta em sua relação com o médico Gervásio, nada opina. Em um revés do destino, a fortuna da família acaba. Francisco Teodoro se suicida e todos, mãe e filhos, precisam aprender a lidar com a nova situação social.

 

9. Setembro – Encarceramento em massa, de Juliana Borges

encarceramentoPor que fazer um livro sobre encarceramento, sistema de Justiça Criminal punitivo e feminismo negro? Qual é o ponto de conexão entre estas pautas? Por que prisão, punição, superencarceramento interessa às mulheres, prioritariamente às mulheres negras? Pode parecer fora de lugar falar em racismo, machismo, capitalismo e estruturas de poder em um país que tem em seu imaginário a mestiçagem e a defesa como povo amistoso celebrada internacionalmente. Contudo, parece absolutamente pertinente refletir, escrever, falar e lutar nestas pautas quando os dados estatísticos nacionais provam o contrário do discurso comemorado e largamente difundido.

 

10. Outubro – A sorte segue a coragem, de Mario Sergio Cortella

A_SORTE_SEGUE_A_CORAGEM_1514932490743714SK1514932491B.jpgTodo mundo já usou algumas dessas justificativas para o insucesso: “Eu tento, tento e não funciona”; “não tenho sorte”; “não dou pro negócio”; “por mais que eu ande, não saio do lugar”; “não fico fazendo marketing pessoal”. Em A sorte segue a coragem! Oportunidades, competência e tempos de vida, o professor Mario Sergio Cortella afirma que não se pode atribuir o sucesso ou o fracasso a forças externas. Em vinte capítulos, o autor de Por que fazemos o que fazemos? Um dos maiores best-sellers brasileiros dos últimos anos, discute comportamentos comuns a todos e aponta caminhos para que cada um cultive a própria sorte.

 

11. Novembro – Heroínas negras brasileiras, de Jarid Arraes

HEROINAS_NEGRAS_BRASILEIRAS_1496066124684026SK1496066124B Nos últimos cinco anos, a autora Jarid Arraes tem se dedicado a desvendar a história das mulheres negras que fizeram a História do Brasil. E não bastava conhecer essas histórias, era preciso torná-las acessíveis e fazer com que suas vozes fossem ouvidas. Para isso, Jarid usou a linguagem poética tipicamente brasileira da literatura de cordel. E vendeu milhares de seus cordéis pelo Brasil, alertando para a importância da multiplicidade de vozes e oferecendo exemplos de diversidade para as mulheres atuais. Neste livro, estão reunidas 15 dessas histórias, que ganharam uma nova versão da autora e a beleza das ilustrações de Gabriela Pires. Conheça a história de Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.

 

12. Dezembro – Queria ter ficado mais, vários autores

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Queria Ter Ficado Mais” reúne 12 histórias escritas por mulheres em diferentes cidades do mundo – da vizinha Buenos Aires à longínqua Tóquio. São viagens que vêm dentro de envelopes, como cartas enviadas de diversos pontos do globo para um único destinatário: você.

 

 

 

 

E vocês, costumam fazer uma lista com os livros que serão lidos durante o ano? Me digam nos comentários, vou adorar saber 😉

 

Até o próximo post!

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13 Comentários

  1. Achei suas escolhas muito boas! Quem sabe algum mês eu não te acompanhe em alguma leitura!

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    1. Oies Isa! Ah fiquei um bom tempo escolhendo os livros cuidadosamente, rs Ah e tomara que possamos fazer uma leitura em conjunto tbm,, adoraria! ❤

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  2. Não costumo fazer listas, mas tenho meta este ano, assim como tive ano passado, de ler mais. Sinto que tenho perdido o hábito da leitura com a vida corrida e alternativas de entretenimento mais fáceis de consumir…

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    1. Oies Allyson! Olha, eu costumava estipular um número de livros a serem lidos por ano, aí fui percebendo que lia mais na obrigação para bater a meta. Essa é a primeira vez que de fato determino os livros antecipadamente, mas pq tenho sentido uma necessidade de ler alguns gêneros e temas específicos. E olha, confesso que 2019 foi o ano que deixei os livros um pouco de lado para ver mais filmes e séries, coisa que eu adorava fazer e deixava de lado e não me senti culpada por isso, sabe. Mas é isso, que 2020 nos proporcione leituras incríveis!

      Cah

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  3. […] primeiro livro da minha lista de 12 Livros nacionais para 2020 é um dos grandes clássicos da literatura brasileira Memórias póstumas de Brás Cubas, do autor […]

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  4. […] a pensar e organizar os projetos de leitura para esse ano e no post 12 Livros nacionais para 2020 falei um pouco melhor sobre as leituras que serão prioridade para mim. Também iniciei os […]

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  5. […] Vivêncio foi a leitura de fevereiro para o projeto de 12 Livros nacionais para 2020. Este romance foi o meu primeiro contato com a obra de Conceição Evaristo, um dos principais […]

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  6. […] livro estava na minha lista de 12 Livros nacionais para 2020 e apesar de ter me comprometido a fazer resenhas de todos os livros desse projeto, não me senti […]

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  7. […] do autor Graciliano Ramos foi a minha leitura escolhida para o mês de abril no meu projeto de 12 Livros nacionais para 2020. Vidas Secas é um dos meus livros favoritos da vida e quero conhecer as demais obras desse autor […]

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  8. […] genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil foi o livro do mês de maio para o projeto 12 Livros nacionais para 2020. A obra de não-ficção escrita pela jornalista Daniela Arbex regista de forma crua os […]

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  9. […] um pouco atrasada, mas seguindo o meu projeto de 12 livros nacionais para 2020, hoje quero falar sobre a leitura escolhida para o mês de junho: Lugar de fala, da autora Djamila […]

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  10. […] compartilhar com vocês a minha experiência com Sagarana, a leitura de julho do projeto 12 livros nacionais para 2020. A obra de Guimarães Rosa é um dos clássicos nacionais brasileiros, especificamente durante o […]

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