Diário da Faculdade | Iniciei a Licenciatura, e agora?

Oies Bookaholics!

Esse é o meu último semestre no bacharelado e o primeiro da Licenciatura e acho legal compartilhar algumas coisas em relação a isso. Eu já mencionei em alguns posts que a maior diferença entre o curso de bacharel em Letras em universidades públicas e a licenciatura em Letras é muito mais comum nas faculdades privadas e isso por quê?

É preciso ter em mente que as universidades públicas têm como principal objetivo a pesquisa e um menor interesse, digamos assim, na educação básica, foco este que as universidades privadas focam na formação de professores e não em pesquisadores. Essa diferença é essencial no momento em que ao escolher cursar Letras qual será o seu foco. Na USP todos os cursos são de bacharelado (exceto Pedagogia) e a licenciatura é algo opcional, e na Letras é possível cursar essas disciplinas a partir do 2º ano. Como meu objetivo ao ingressar em Letras era o de trabalhar na área de editoração, o ser professora nunca foi uma prioridade para mim, enquanto que para vários colegas essa era a maior motivação.

 

Diferenças significantes entre o bacharelado e a licenciatura

Cursar a licenciatura é, de modo geral, se aprofundar nas políticas de educação e metodologias específicas para o ensino dentro da área do bacharelado, e com isso, obter a certificação para lecionar em escolas públicas (principalmente) e privadas do ensino fundamental e médio.

A licenciatura estrutura-se pela formação do bacharel complementada pelas disciplinas pedagógicas, o objetivo fundamental do curso de licenciatura é formar professores como sujeitos de transformação da realidade brasileira, comprometidos com a busca de respostas aos desafios e problemas existentes em nossas escolas, especialmente nas da rede pública.

Aqui na USP a maioria das disciplinas são oferecidas pela Faculdade de Educação, com uma carga horária maior que as disciplinas do curso de Letras, isso porque as minhas aulas no bacharelado duram 2 horas e na licenciatura 4, dizendo especificamente do curso de Letras porque outros cursos dentro da própria FFLCH como Ciências Sociais e História também têm a duração de 4 horas.

Outro ponto essencial é que são exigidas e oferecidas aulas de Libras, uma quantidade de horas de estágio supervisionado em escolas públicas e 200 horas de AACC’s (Atividades Acadêmico-Científico-Culturais), estas últimas são contabilizadas com todos os certificados a partir do bacharelado. Ou seja, eu iniciei o bacharel em 2015 e deste então venho guardando todos os certificados de eventos que participei, assim, quando precisar apresentar essas horas não vou ter que ficar no desespero de ir atrás das horas faltantes.

A licenciatura tem a duração de 1 ano e meio, e o aluno pode cursar em até 3 anos para concluir. Aproveitando, lembro de uma polêmica que ocorreu há uns 2 anos que consistia em não validar os diplomas de licenciatura da USP porque diferente tinha duração de apenas 1 ano e meio, enquanto as demais universidades tinham 4 anos. Mas, vamos com calma, esse argumento não faz o menor sentimento, porque a licenciatura qui serve como uma complementação, ou seja, no meu caso além dos 5 anos da graduação em Letras eu teria mais uma ano e meio de licenciatura, o que totaliza no mínimo 6 anos e meio de graduação, dá para entender?

 

Por que eu resolvi cursar a Licenciatura?

Como eu disse anteriormente a licenciatura nunca foi uma prioridade, mas resolvi iniciar agora por vários motivos. O primeiro é que mesmo que dar aulas não seja a minha prioridade, se já estou aqui, por que não fazer? Além disso, ainda tenho aquela consciência (não tão exacerbada) de responsabilidade social de compromisso com a educação, ainda mais por ser por conta dessa educação que me possibilitou ter acesso a espaços e lugares que jamais pensei que alcançaria por pertencer a um ambiente marginalizado na sociedade. Eu ainda acredito no papel transformador da educação que diminui as desigualdades.

Mas mesmo assim eu não estava confiante e nem “feliz” / “satisfeita” em cursar a licenciatura, muito pelo cansaço e a pressão do ambiente universitário, e acho que por isso eu só resolvi iniciar no último momento possível. Outras questões práticas envolvem essa escolha: conseguir conciliar bacharelado, licenciatura e estágio supervisionado com trabalho seria uma missão quase impossível para mim. Não sei o que esperar, mesmo porque escuto muitos comentários negativos sobre a licenciatura, tenho diversos colegas que optaram por não fazer, outros que fazem obrigados e poucos que amam de verdade. Até o momento não me senti apaixonada pela educação e tenho receio em como será assumir uma sala de aula, mesmo porque o panorama de professor na rede pública no Brasil não é nada favorável e infelizmente a tendência é piorar.

Não sei como será o ano que vem e até tenho alguns momentos de ansiedade pensando nisso. Estou compartilhando de forma muito verdadeira (como espero que sempre transmito) os meus questionamentos e experiência em relação à minha jornada na USP. Espero que os próximos posts sobre essa nova etapa sejam mais positivos e esperançosos.

 

Até o próximo post!

 

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