Séries | Black Mirror está perdendo o “efeito Black Mirror”?

Oies Bookaholics!

Nesse último final de semana eu assisti à 5ª temporada da série Black Mirror, disponível na Netflix. No post [10 séries para 2017] | Black Mirror para f* com a sua cabeça entre vários pontos que abordo sobre a série eu destaco o efeito Black Mirror que só tinha visto em Black Mirror.

Complexo? Um pouco, mas se você já assistiu algum episódio da série vai entender bem o que estou falando.

 

Desde o ano passado eu comecei a me decepcionar um pouco com Black Mirror. No ano passado saiu o filme interativo Black Mirror: Bandersnatch, e apesar de achar a proposta muito interessante, não me agradou de um todo como os demais episódios das temporadas anteriores, inclusive falei melhor sobre isso nesse post.

Esse post não traz spoilers dos episódios

Mas falando especificamente da 5ª temporada: não foi ruim de um todo, só não parecia que era Black Mirror entendem? O primeiro ponto é que a ideia de distopia não parecia ser algo tão do futurista ou só como uma possibilidade não tão remota. Ao assistir aos 3 episódios parecia algo muito mais ligado ao cotidiano hoje, apesar das novas tecnologias utilizadas.

Strinking Vipers tenta trabalhar a relação entre a tecnologia, a partir dos avanços em um videogame de luta, e a sexualidade, colocando em xeque a amizade de longa data de dois amigos. Interessante? De certo modo sim, mas não suficiente. Surpreendente? Não. Uma curiosidade sobre a produção, é que segundo o Estadão, as filmagens foram feitas em 10 lugares do Estado de São Paulo, eu confesso que reconheci alguns pontos da cidade, principalmente por conta dos prédios e viadutos, rs. Mas ao mesmo tempo outros locais que claramente não eram no Brasil me deixaram em dúvida.

Smithereens tenta abordar mais uma vez o uso excessivo das redes sociais, marca registrada de Black Mirror. Eu estava curtindo muito, até que o episódio ficou muito semelhante aos episódios de Criminal Minds, e da pior maneira, com várias burrices da polícia ao tentar negociar com um motorista que sequestra um funcionário de uma grande empresa de rede social. As coisas parecem sair do controle por diversos motivos, e por mais que a atuação do cara “psicopata” que faz o papel do motorista ser muito tocante, o episódio deixou muito a desejar e pareceu algo completamente trivial.

Por fim, Rachel, Jack and Ashley Too também não conseguiu me conquistar. Esse episódio contou com Miley Cyrus no elenco como protagonista. Ao mesmo tempo em que vi muitos comentários de que parecia mais um filme Sessão da Tarde por ter personagens adolescentes, também vi uma comparação com Hannah Montana. E faz todo o sentido. Para que assim como eu assistia essa série da Disney Channel (okay, eu era um pouco mais velha para isso, confesso) e ver depois a transformação “rebelde” da Miley Cyrus vai compreender. Assim como a vida real, como sua personagem Ashley O, Myley sofreu uma série de restrições da Disney, já que a empresa tem todo um ideal de moral e bons costumes extremamente sufocante e que acaba ocasionando diversas crises e atos chocantes dos atores/cantores que passaram por lá, não só a Miley Cyrus, como Demi Lovato, Britney Spears, Joe Jonas, Zac Efron, enfim, todos envolvidos com episódios de dependência química ou algum transtorno psicológico. Enfim, isso é que é retratado em Black Mirror, a realidade depressiva de uma celebridade pop, enquanto também mostra a perspectiva do fã e de como tem a imagem dessas celebridades como algo a ser idolatrado, sem conhecer o lado obscuro da fama.

Acho que dos três episódios o último foi o que deixou o uso da tecnologia de forma mais assustadora, mas por mais que a ideia de todos era bem interessante, a execução deixou a desejar por conta dos finais, satisfatórios, mas nada que me fizesse surtar dizendo: “C* isso é muito Black Mirror!” Eu não sei a série não consegue mais trazer seu efeito surpresa, se está perdendo a habilidade, e isso é muito frustrante, e não só para mim, segundo os diversos comentários no Filmow e a baixa classificação dentre todo o material de Black Mirror disponível até agora.

Não sei se com tanta coisa já acontecendo hoje, parece não haver mais nada de novo a ser trabalhado, mas confesso, foi decepcionante! E esse sentimento se acentuou porque reassisti recentemente meu episódio favorito Hated in the Nation para fazer um trabalho da faculdade e pude notar a vibe diferente e porque não dizer inferior da 5ª temporada. Eu considero (ainda) Black Mirror uma das melhores séries que vi em toda a minha vida e é bem triste incômodo ver que as coisas estão se perdendo.

 

Se vocês já assistiram à essa série e se já assistiram à última temporada me contem nos comentários se concordam ou não com o que eu disse por aqui 😉

 

Até o próximo post!

 

Redes sociais *Skoob/ *Goodreads/ *Instagram/ *Facebook/ * Filmow