Oies Bookaholics!
Sob coordenação da autora Djamila Ribeiro a Coleção Feminismos Plurais tem como objetivo trazer temas centrais nos debates relacionados às questões de raça, gênero e classe por uma perspectiva acadêmica, entretanto com uma linguagem mais acessível ao público leitor.
Em tempos que há tanto discurso de ódio, acredito que esta é uma excelente oportunidade para aprendizagem sobre os assuntos que tratam especificamente das mulheres negras e o porquê da comunidade negra no geral sempre esteve em posição de inferioridade e a que está mais vulnerável e sob opressão. Por isso, o diferencial é que os livros tem o preço fixo de R$ 19,90, visando mais uma vez a acessibilidade e condições de leitura.
Os livros estão disponíveis na Amazon e no próprio site da editora Pólen Livros, esta última opção com frete grátis para todo o Brasil.
A coleção foi publicada primeiramente em 2017 pela editora Letramento, mas agora em 2019 está sendo publicada pela editora Pólen Livros, contando com uma nova revisão dos textos e nova identidade visual. No dia 30 de abril, aconteceu o evento de relançamento da coleção e eu até fui ao Centro Cultural São Paulo, e estava lotado, adquiri apenas dois títulos e pedi para uma colega de trabalho autografar para mim porque já estava bem tarde. O evento teve de tudo, desde venda e autógrafos de livros, como shows, maiores detalhes nesse link.
Por enquanto há seis volumes publicados, sendo eles:
Lugar de fala (Djamila Ribeiro)
Muito tem se falado ultimamente sobre o conceito de lugar de fala e muitas polêmicas acerca do tema têm surgido. Fazendo o questionamento de quem tem direito à voz numa sociedade que tem como norma a branquitude, masculinidade e heterossexualidade, o conceito se faz importante para desestabilizar as normas vigentes e trazer a importância de se pensar no rompimento de uma voz única com o objetivo de propiciar uma multiplicidade de vozes. Partindo de obras de feministas negras como Patricia Hill Collins, Grada Kilomba, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Sueli Carneiro, o livro aborda, pela perspectiva do feminismo negro, a urgência pela quebra dos silêncios instituídos explicando didaticamente o que é conceito ao mesmo tempo em que traz ao conhecimento do público produções intelectuais de mulheres negras ao longo da história. Em Aprendendo com o outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro, Patricia Hill Collins fala da importância das mulheres negras fazerem u m uso criativo do lugar de marginalidade que ocupam na sociedade a fim de desenvolverem teorias e pensamentos que reflitam diferentes olhares e perspectivas. Pensar outros lugares de fala passa pela importância de se trazer outras perspectivas que rompam com a história única.
Empoderamento (Joice Berth)
Uma discussão sobre a Teoria do Empoderamento, a partir de diversas matrizes teóricas que hoje se dedicam ao tema. São pensadores que entendem empoderamento como aliança entre conscientizar-se criticamente e transformar na prática, algo contestador e revolucionário na sua essência. Muito mais do que a tradução literal de um termo estrangeiro, é uma prática cotidiana para a igualdade.
Encarceramento em massa (Juliana Borges)
Por que fazer um livro sobre encarceramento, sistema de Justiça Criminal punitivo e feminismo negro? Qual é o ponto de conexão entre estas pautas? Por que prisão, punição, superencarceramento interessa às mulheres, prioritariamente às mulheres negras? Pode parecer fora de lugar falar em racismo, machismo, capitalismo e estruturas de poder em um país que tem em seu imaginário a mestiçagem e a defesa como povo amistoso celebrada internacionalmente. Contudo, parece absolutamente pertinente refletir, escrever, falar e lutar nestas pautas quando os dados estatísticos nacionais provam o contrário do discurso comemorado e largamente difundido.
Interseccionalidade (Carla Akotirene)
Neste volume, a autora Carla Akotirene discute o conceito de interseccionalidade como forma de abarcar as interseções a que está submetida uma pessoa, em especial a mulher negra. O termo define um posicionamento do feminismo negro frente às opressões da nossa sociedade cisheteropatriarcal branca, desfazendo a ideia de um feminismo global e hegemônico como diretriz única para definir as pautas de luta e resistência.
Racismo estrutural (Silvio Almeida)
O que é racismo estrutural? traz reflexões inovadoras acerca da construção das noções de raça e racismo. Depois de fornecer argumentos e tecnologias para a escravidão e o colonialismo, tais conceitos desafiam as sociedades contemporâneas como o Brasil, onde crescem anseios por igualdade racial. A indagação central da obra exige resposta complexa, englobando aspectos históricos, políticos, sociais, jurídicos, institucionais. O autor nos convida à sua demonstração, tecida em análises feitas à luz da filosofia, ciência política, economia e teoria do direito. Com escrita sedutora e admirável erudição, Silvio Almeida finca o produtivo conceito de racismo estrutural. Seu livro constitui-se, desde já, em importante referência para a educação antirracista, calcada nos valores da igualdade, liberdade e direito à vida.
Racismo recreativo (Adilson Moreira)
Neste volume da coleção Feminismos Plurais, pela primeira vez, a relação entre racismo e humor é aprofundada. Por um ponto de vista jurídico, o advogado, doutor em Direito, Adilson Moreira esmiúça os conceitos de racismo e injúria racial, explicitando o viés racista da Justiça brasileira quando sentencia que produções culturais, como programas humorísticos, que reproduzem estereótipos raciais não são discriminatórias por promoverem a descontração das pessoas.
Até o próximo post!
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Não conhecia essa editora Pólen. Achei a coleção bem renovadora e atual! Esses dias estava na livraria cultura aqui em SP e eles fizeram um especial reservando uma bancada inteira apenas de livros escritos por mulheres. Achei super interessante.
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Oies! Essa editora é nova mercado mesmo, e estou apaixonada por essa coleção ❤ E que mara essa iniciativa na Cultura, acho que precisamos cada vez mais desse tipo de ação!
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[…] Jarid. Lizandra também aponta a coleção Feminismos Plurais (que eu inclusive fiz um post sobre, confiram neste link) sob a organização e curadoria da Djamila Ribeiro, e considera o ápice da representatividade no […]
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