Resenha | Felicidade para humanos, de P. Z. Reizin

Oies Bookaholics!

Desde que vi a sinopse desse livro eu pensei: eu quero, eu preciso! Então, vim compartilhar com vocês as minhas impressões sobre Felicidade para humanos, do autor britânico P. Z. Reizin, lançado nesse ano e publicado aqui no Brasil pela Record. 

felicidade

Hapiness for Humans – Tradução: Ronaldo Sergio de Biasi – Record – 2018 – 392 Páginas – 4/5

Sinopse: Não conte para ninguém, mas Jen é uma das minhas pessoas favoritas. (Máquinas não devem ter favoritos. Não me pergunte como isso aconteceu.)
Jen está triste. Aiden quer que ela seja feliz. Formou? Não necessariamente. É que Jen é uma mulher de trinta e poucos anos cujo namorado acabou de trocá-la por outra e Aiden é um programa de computador muito caro e complexo. Aiden conhece Jen melhor que ninguém. Com acesso a todos os seus dispositivos, Aiden sabe qual é a música mais tocada de sua playlist, consegue achar suas fotos preferidas e selecionar as citações que mais a inspiram nas redes sociais. A partir de observações e de algoritmos singulares, ele resolve procurar um novo parceiro para ela. E com a internet inteira à sua disposição, não precisa ir longe para encontrar o que conclui ser o espécime perfeito e arquitetar um encontro. O problema é que Jen não parece querer contribuir para o plano infalível de Aiden. Será que uma máquina muito inteligente artificialmente conseguirá desvendar a inteligência emocional para poder interferir de um jeito positivo na vida de Jen? E, o que é mais difícil, será que essa máquina vai descobrir o que exatamente faz os seres humanos felizes?

Eu gosto muito dessa temática um pouco mais futurística envolvendo nós seres humanos e a tecnologia, não por acaso amo as séries Black MirrorElectric Dreams e o filme Her, que acabam colocando em perspectiva relacionamentos amorosos de alguma maneira. Por esse motivo eu fiquei bem surpreendida ao notar que diferente dos exemplos citados, Felicidade para humanos tem um tom muito mais cômico. Por abordar a questão da tecnologia percebe-se que não há uso de “termos difíceis” ou específicos da área, e nem mesmo coisas mirabolantes, já que o assunto central diz respeito aos relacionamentos amorosos e como as AIs tentam compreender as atitudes diante dos pares. O que quero dizer é: não vá pensando que seja um livro de ficção científica, como eu disse anteriormente o foco é o romance.

Na primeira página eu já senti um tom mais engraçado me fazendo rir, me lembrando muito uma narrativa semelhante aos livros da Sophie Kinsella e Carina Rissi. Ou seja, mesmo com alguma adversidade na vida a perspectiva se mostra bem mais cômica pela forma com que nos é contado e sob que ponto de vista. Nesse sentido, cabe lembrar a genialidade do autor ao desenvolver vários pontos de vista para compor e desenvolver sua história. Alternando entre a perspectiva das inteligências artificiais (AI – Artificial Intelligence) e os seres humanos, principalmente Jen e Tom, é hilário notar as diferenças de experiência e visão. E por mais que às vezes ter múltiplas perspectivas de narrativa num livro pode se tornar problemático e um tanto confuso, neste livro isso não é um problema, tornando a história mais rica, fazendo o leitor se identificar e ter empatia pelos personagens construídos.

Os personagens estão na vida adulta, entre os 30 e 40 anos, e achei muito legal e verdadeiro apontar as dificuldades e angústias que eles passam. Por mais pessimista que pareça é legal para os jovens terem uma noção de que a vida adulta não é nada perfeita, estudar, casar e ter filhos, ser bem sucedido não são garantias de felicidade. Mas calma, a proposta é outra, digo isso porque hoje, acredito ser importante que os livros tenham pessoas reais, não mulher-maravilha e super-homem (nada contra, afinal a gente também precisa de uma válvula de escape), mas mostra como recomeçar a vida após uma traição, um divórcio ou até mesmo o sentido e as pretensões. Mas principalmente: o quão solitário nós seres humanos podemos estar?

Ora, somos solitários, não somos? Nenhum de nós pode saber de fato o que o outro está pensando- sejamos nós pessoas ou máquinas. A maior parte do tempo, não sabemos nem o que nós mesmos estamos pensando! (p. 348)

Você já parou para pensar em como é bizarro ter o Google nos indicando produtos e/ou serviços através do mecanismo de busca ou pelos uso do microfone em nossas conversas, não é? Agora imaginem o quão inusitado (e pior) ter uma inteligência artificial acompanhando todos os passos e interferindo em seus relacionamentos, encontrando inclusive um par que seja compatível a partir dos seus gostos e preferências? Felicidade para humanos acaba questionando e nos fazendo refletir sobre os limites e privacidade em um mundo em que estamos conectados e dependentes das máquinas quase que 24 horas por dia.

Apesar de gostar muito da história alguns pequenos detalhes me desagradaram, principalmente as últimas 60/70 páginas em que achei um pouco forçado todos os impedimentos entre o casal, provavelmente por ter uma narrativa mais engraçada e leve pareceu-me que as ações foram extremamente sádicas. Fora isso, o livro é uma ótima indicação para quem procura uma história mais leve, quer dar várias risadas e gostar de histórias ao estilo comédia romântica da Sessão da Tarde, ou melhor dizendo, comédia romântica da Netflix.

 

Até o próximo post!

 

A Bookaholic Girl (2)

 

 

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7 Comentários

  1. Oi Cah, tudo bem?
    Gostei muito da temática do livro, e pelo fato de ser engraçado. Normalmente esses livros que falam sobre a tecnologia numa vibe mais “Black Mirror” são pessimistas pra caramba.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Oies Prih! Exatamente, apesar de eu gostar muito são extremamente pessimistas. Bjos!

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  2. Oi! Nossa, o título do livro já me pareceu bem curioso, e eu não ligava muito pra coisas ligadas a essa temática, de homens e máquinas, até prestar atenção nos filmes do Studio Ghibli, que eu amo, e também depois de ter lido ” A longa viagem a um pequeno planeta hostil”. Assisti ao filme Her também e achei Muito interessante. Creio que a leitura desse livro me agradaria bastante! 😊 bjs

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    1. Oies! Uau, eu tenho que te agradecer pelas indicações 😉 Então acho que vc pode gostar bastante! Quando ler quero saber o que achou, viu? rs Bjos

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  3. […] Um livro tão gostosinho de se ler e com várias tiradas bem engraçadas, e olha que sou bem crítica com comédias, rs. Tem resenha disponível no blog: Resenha | Felicidade para humanos, de P. Z. Reizin 🙂 […]

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  4. […] 1. Felicidade para humanos (P. Z. Reizin) 2. Quem tem medo do feminismo negro? (Djamila Ribeiro) 3. Para cada infinito (Victor Almeida) […]

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