Resenha | Memento: O Mistério da Lembrança Adormecida, de Diego Andrade de Carvalho

Oies Bookaholics!

Este livro publicado pela Editora Multifoco, selo Dimensões Ficção, foi escrito por um colega do curso de Letras e eu queria muito ler! O Diego me presenteou com um exemplar e combinamos de eu ser muito sincera com a minha opinião, como sempre, tanto que ele terá o acesso a essa resenha, quando já estiver postada 😉

Editora Multifoco – 2016 – 232 Páginas – 4 Estrelas

Sinopse: Memento narra a história de Violeta, a única sobrevivente do misterioso assassinato de sua família, ocorrido no dia de seu oitavo aniversário. Sem pistas que indicassem um caminho para o assassino, seu testemunho ocular seria o único meio de resolver o caso. Porém, ao ser encontrada pela polícia nesse trágico cenário, ela não se lembrava de nada do ocorrido. Agora, aos dezesseis anos, ela volta para sua cidade natal – uma intrigante ilha no Rio de janeiro não encontrada em mapas – junto de seu tutor, um policial e antigo amigo de sua mãe, em busca de tentar uma reconstituição. O contato com o passado, intencionado para despertar a memória adormecida, acaba se tornando um pesadelo quando os dois viajantes descobrem que os moradores locais se encontram isolados do resto do mundo, e que conspirações que podem ter ligação com a morte dos pais da garota rondam a ilha. Em meio a este cenário quase irreal como um sonho, será que Violeta recobrará a lembrança necessária para o desfecho do caso?

 

Detalhes sobre a edição

A primeira coisa que preciso falar é a edição do livro. Composto por folhas brancas, que não me incomodaram em nenhum momento da leitura, espaçamento e fontes bem trabalhadas, bem como os capítulos curtos fazendo a leitura ser realizada de maneira bem rápida.

 

Narrativa

Na maior parte a narrativa se desenvolve em 1ª pessoa, sob a perspectiva de Violeta, de modo que acompanhamos os fatos juntamente com a protagonista, emergidos em seus pensamentos e aflições, com o intuito de desvendar todo o mistério do assassinato brutal de seus pais quando ela tinha apenas 8 anos, sim, a princípio lembramos de O sorriso da hiena, por Gustavo Ávila ❤ A escrita do autor é bem fluída, nos envolvendo profundamente nos mistérios, inclusive utilizando aquela técnica do narrador conversar com o leitor.

 

Terror, suspense, sobrenatural?

Conforme a história se desenvolve percebemos que é mais do que um suspense, já que envolve elementos sobrenaturais. Eu particularmente não me interesso muito por livros com essa “pegada”, mas eu gostei muito, e ficava criando teorias enquanto lia, e não, não previ o final nem o desfecho e a explicação que o autor utilizou. Toda a ideia em torno da revelação do mistério foi trabalhada muito bem e encaixando com todos os fatos que tinham acontecido anteriormente. Foi uma viagem um tanto criativa? Sim, mas não me soou forçado.

 

Memento e a questão da memória

O esquecimento é algo que pode parecer muito simples, como quando você não se lembra de onde deixou a chave da sua casa, ou esquece um bolo no forno e ele fica solado. Porém, o terrível ato de esquecer é algo que faz a alma definhar pouco a pouco e destrói o ser, pois lembrar nos torna humanos. (Pág. 11)

A memória é o que norteia as buscas de Violeta e foi trabalhada do começo ao final, desde o esquecimento da protagonista do dia terrível do assassinato dos pais, 8 anos atrás, como o desfecho do mistério. E isso também explica o termo memento, que significa lembrar.

 

Posicionamento político 

Com a ida de Violeta e o tio Dário a Grenadilha, ilha fictícia, somos lançados a questão política do local, sendo desenvolvida de forma bem consistente, e de extrema relevância e pertinência, diante da atual conjectura do caos que está o Brasil.

 

Intertextualidade

O autor faz referência ao livro Revolução dos bichos (George Orwell), e ainda algumas teorias que aprendi no curso de Letras, como a explicação da tragédia grega de acordo de Aristóteles, como se estivesse numa aula mesmo.

 

Alguns pontos que não gostei

Dois pontos me incomodaram durante a leitura, o primeiro foi algumas ações de tio Dário, que como policial não desconfiava e/ou não tinha os cuidados básicos diante da mansão abandonada, ou pelo homem de nome Otávio que os leva de barco para a ilha, e que assim que chegam um policial afirma que dois pescadores estão desparecidos, um com o mesmo nome e ninguém fez uma relação (não sei se foi um erro que passou desapercebido na revisão ou se tratava da mesma pessoa). O outro ponto, na verdade mais estético, era a utilização de travessão e parágrafos típicos de diálogos em pensamentos da protagonista.

 

Concluindo, é uma história que eu gostei e indico, porque também trata de sentimentos e superação após uma perda tão fatal, como o assassinato dos pais. Recomendo! E para adquirir o livro basta acessar este link 😉

 

Até o próximo post!

 

 

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