Oies Bookaholics!
Pelo terceiro ano seguido eu fui ao Fórum de Editoração produzido pelos alunos do curso de Editoração da ECA-USP, mas diferente das outras edições, essa foi meio conturbada para mim, isso porque eu acordei duas horas atrasada e perdi minha carteira no ônibus, recuperei com tudo no final do dia, mas fiquei bem abalada. (Confiram como foi a edição passada: XII Fórum de Editoração – Leitor em cena: diversas peças, novos encaixes)
Nesse ano o fórum aconteceu no dia 21 de Outubro no Unibes Cultural aqui em Sampa. Como eu acordei atrasada perdi a primeira mesa sobre um debate sobre os processos de escolha de originais e os fatores que impedem a abertura do mercado editorial nacional para os autores brasileiros. Então vamos falar sobre as demais mesas 😉
- Mesa 2 // A vez da voz: o livro com função social
Com o tema “A vez da voz: o livro com função social”, a segunda mesa do XIII Fórum de Editoração irá abordar o espaço da diversidade nas editoras e no mercado, bem como a função social do livro.
Eu achei extremamente interessante o debate sobre representatividade e o acesso ao conhecimento das minorias na sociedade. Alguns pontos me chamaram muito a atenção, principalmente na fala da Aline Araújo (Editora Ijumaa) voltada para a publicação de escritores e referências Afrocêntricas, Panafricanas e Afrobrasileiras, com o objetivo de posicionar o individuo negro como narrador de sua própria história na contemporaneidade: segundo a editora, as minorias precisam de protagonismo, não só escrevendo na temática de senso comum.
Já a editora Lia Urbini (Editora Expressão Popular) falou sobre nos fatores financeiros de se manter uma editora “mais de esquerda” e uma das estratégias é a não remuneração para os autores. Cabe ressaltar que hoje, no mercado nacional, o autor fica com um valor entre 8 e 12% do valor de capa de cada exemplar vendido, dessa forma, a não remuneração implica em um trabalho social por parte do escritor, que já não recebe muito.
A editora Laura Bacelar (Editora Malagueta) contou sobre a ideia de desenvolver uma editora nacional totalmente voltada à publicação de livros na temática GLS (hoje LGBT), os preconceitos e os desafios na quebra de tabus.
(Alguns brindes do evento, e os livros que ganhei no sorteio O Mar e Ouvir nas entrelinhas)
- Mesa 3 // Além do 14×21: saindo do tradicional no projeto gráfico
A terceira mesa do Fórum deste ano tem como tema “Além do 14×21: saindo do tradicional no projeto gráfico”, e irá refletir sobre as diversas possibilidades na escolha do projeto gráfico e na multiplicidade de materiais e a complexidade envolvida no processo. Abordará também a tendência das edições de luxo e o encarecimento do produto final.
Eu fiquei surpresa com o trabalho incrível do design gráfico Gustavo Piqueira, principalmente nas edições da Editora Lote 42, assim como as estratégias da Editora Carambaia, que publica apenas 1000 exemplares de cada título, enumerados manualmente, além de capas muito semelhantes, não iguais. O problema dessa mesa foi que não houve um debate, os dois primeiros mostravam seus trabalhos comentando as ideias, e no fim ficou pouco espaço para a fala do Paulo André Chagas (Bloco Gráfico).
(Gustavo Piqueira e o Prof. Plínio Martins Filho)
- Mesa 4 // Da internet à estante: a nova economia do livro
A quarta mesa do Fórum deste ano tem como tema “Da internet à estante: a nova economia do livro”, e irá abordar as novas mídias e a influência da internet no mercado e como as editoras se adequaram a esses novos meios com o marketing editorial digital.
Essa mesa foi muito interessante, já que pude conhecer melhor como surgiu a ideia do Turista Literário, fundado pela Mayra (All About That Book), uma caixa surpresa de livros por assinatura criada com a missão de incentivar a leitura promovendo uma experiência sensorial única que leva o leitor para uma viagem pelo universo literário onde um livro é ambientado (vale a pena conferir: maiores informações aqui). A empresa familiar conta com a curadoria da Mayra e sua irmã, atuando no nicho de Young Adult e com a experiência de leitora e booktuber da fundadora.
Hélio Puglia fez considerações sobre os meios digitais e as editoras, trazendo a importância da internet nesse ramo, e ainda, os editores Diana Passy (Editora Seguinte) e Fabrício Valério (V&R Editoras) também falaram sobre suas experiências em editoras a partir da utilização das redes sociais e um maior contato com o público jovem de seus selos editoriais, já que hoje este público se mantem conectado na internet o tempo todo, e as editoras precisam interagir e se relacionar com os leitores.
Também foram levantados dois pontos muito interessantes: o primeiro foi sobre o uso de nomes específicos de redes sociais em livros e gírias, que acabam se tornando obsoletos ao longo do tempo, como o caso de encontrar o MySpace em livros, por exemplo. Os editores destacaram que num ambiente tecnológico as coisas mudam com frequência, não sendo recomendável utilizar nomes específicos, bem como o uso de gírias e memes “antigos” na interação nas redes sociais.
Outro ponto foi uma sugestão da Mayra de fornecer um voucher com um valor menor para quem adquiriu o livro físico, já que nem sempre é possível e/ou confortável andar com a obra física e o questionamento de que por que no Brasil o preço dos livros digitais ainda é bem alto. Segundo a Diana, o custo de produção dos e-books é muito semelhante ao livro físico, exceto pelos custos de impressão e distribuição, cerca de 30%, e um repasse maior ao autor. Quem sabe um dia o valor dos e-books se tornem mais acessíveis diminuindo a pirataria.
(Mariana, Brenda, eu e Amanda)
Nesse ano além da companhia da Mari e da Amanda, (nosso terceiro fórum consecutivo, o 5º da Mari com direito a fortes emoções) conheci a Brenda do blog Sobre Livros e Traduções, que fez um post super especial mais detalhado sobre o fórum, e que indico para vocês terem mais detalhes sobre o evento.
Em geral o fórum não foi ruim, mas acredito que a edição do ano passado foi melhor em termos de organização, mesas e debates. Só basta esperar a edição do ano seguinte 😉
Até o próximo post!
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Caaah, foi ótimo conhecê-la pessoalmente! Muito obrigada por recomendar o post! ❤ Adorei o seu!
Espero reencontrá-la pessoalmente logo!
Beijo,
Brenda
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Oies Brenda! 🙂 Foi ótimo mesmo ❤ ❤ Quem sabe a gente se vê na Feira Miolos no próximo sábado 😉 Bjos
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[…] Na mesma semana participei de dois eventos, sendo eles o 1º Congresso Internacional de Literatura e Cinema (para maiores detalhes: Diário da Faculdade | Sobre o 1º Congresso Internacional de Literatura e Cinema da FFLCH/USP) e também o Fórum de Editoração (para maiores detalhes: XIII Fórum de Editoração // Expandir e Lapidar: Escolhas e Contrapontos do Editor). […]
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[…] existir, deixando o livro de certa forma “obsoleto” (entendam melhor essa discussão: XIII Fórum de Editoração // Expandir e Lapidar: Escolhas e Contrapontos do Editor). Eu não tenho uma opinião formada, mas fico pensando que se nos livros clássicos precisamos […]
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[…] – XIII Fórum de Editoração // Expandir e Lapidar: Escolhas e Contrapontos do Editor […]
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Menina Camila, estava editando meu lattes e fui pesquisar sobre o evento… acabei caindo no seu post. Gargalhei com o “Mari com direito a fortes emoções” HAHAHAHA
Não sei se vou ao Fórum de 2018… os anteriores foram melhores, mas vamos ver! 😛
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Morri agora! kkkkkkkkkkkk Poxa, a tradição não pode morrer, mas dos que eu fui, o melhor foi o de 2016, sem dúvidas 🙂
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