Oies Bookaholics!
A resenha de hoje é em Parceria com o grupo Coletivo Editorial, e confesso logo de início que me surpreendi com a leitura! 🙂
- Título original: The journey home: autobiography of an American Swami
- Autor: Radhanath Swami
- Editora: Relighare
- País: Estados Unidos
- Lançamento: 2016
- Gênero: Autobiografia
- 400 Páginas
- Classificação: 4/5
Sinopse: Nesta biografia extraordinária, Radhanath Swami tece uma colorida tapeçaria de aventura, misticismo e amor. Os leitores acompanham o autor, de nome civil Richard Slavin, dos subúrbios de Chicago para as cavernas do Himalaia à medida que o jovem buscador se transforma em um renomado guia espiritual. A Caminho de Casa é um relato íntimo dos passos até o autoconhecimento e também um vislumbre penetrante para o íntimo das tradições místicas e para o cerne dos desafios que todas as almas têm que enfrentar na estrada para a harmonia interior e para a união com o Divino.
Por meio de encontros de quase morte, aprendizados com yogis experientes e anos de viagem como peregrino, Radhanath Swami, por fim, chega ao santuário interno da cultura mística da Índia e encontra o amor pelo qual buscava. Trata-se de uma história contada com grande doçura, imergindo o leitor em uma jornada que de imediato o envolve com humor e emoção.
Este livro carrega diversos ensinamentos, não somente em relação à fé e espiritualidade, mas também em relação ao preconceito e práticas culturais. Eu defendo muito a bandeira contra qualquer tipo de preconceito literário, e, mesmo que não tenha o hábito de ler livros desse gênero acho legal compartilhar com vocês as minhas impressões.
O primeiro ponto que me chamou atenção é o termo swami, que segundo a Wikipedia significa: “um título honorífico hindu atribuído tanto a homens quanto a mulheres. O termo provém do sânscrito e significa: “aquele que sabe e domina a si mesmo” ou “livre dos sentidos”.
Richard conta sua trajetória em busca de auto-conhecimento, se iniciando aos 19 anos quando sai dos Estados Unidos para uma viagem pela Europa. Munido de questionamentos em várias esferas, o jovem norte americano não vê satisfeito com as práticas desse mundo:
Porém, algo estranho estava ocorrendo comigo. Eu havia começado a buscar por um propósito na vida além de riqueza, prestígio e modismo da sociedade. Como eu poderia ser feliz na terra idílica de Highland Park quando sabia que os afro-americanos estavam aprisionados como escravos nos guetos há poucos quilômetros dali? Como eu poderia ficar satisfeito com uma medalha de luta romana quando meus amigos mais velhos estavam sendo empurrados à força aos horrores da Guerra do Vietnã? Assombrado por essas questões, eu, junto de meus amigos, questionava a estrutura da vida que conhecíamos. (Pág. 8)
Além de questionamentos desse tipo, é possível notar o uso de metáforas tornando a escrita do autor mais sensível e bela, e porque não até poética, aproximando a sua escrita com o leitor. E ainda, a estrutura da narrativa é muito semelhante ao gênero Romance, ao descrever o percurso do herói, permeada por momentos de aventura, mistérios e emoções, numa linguagem de fácil acesso e sem nenhuma dificuldade ou rebuscamentos.
Então, quando um amigo próximo, de apenas dezesseis anos, morreu após seu carro deslizar no gelo do inverno e cair nas águas gélidas do lago Michigan , eu me peguei refletindo: “Quem sou eu e para onde estou indo?”. Parecia que o mundo inteiro deslizava no gelo da incerteza. (Pág. 8)
Apesar de ser um livro que aborda a espiritualidade e religiões, eu fiquei com a sensação de não ter um propósito de imposição aos costumes e crenças do autor. Isso porque eu já li alguns livros com a temática religiosa e além de criticar outras denominações, há uma espécie de competição. (Sugiro: Resenha | Morri Para Viver, Por Andressa Urach). O autor descreve alguns momentos da sua trajetória ao lidar com as decepções com líderes espirituais, refletindo sobre:
Um líder irresponsável pode machucar os corações e destruir a fé de seus seguidores fazendo com que até mesmo aqueles que são genuínos se tornem objeto de desconfiança. Quanta dor a sua hipocrisia causou àqueles que confiaram nele, além do que ele fez à própria vida. Como é essencial vivermos aquilo em que acreditamos. Quão vital é praticar o que pregamos. (Pág. 154)
Como eu disse no início da resenha, um dos pontos centrais da obra foi a cultura, ou melhor, os choques culturais ao longo da narrativa. Há diversos momentos em que o preconceito se configura em muitas vezes pela violência física. Ou até mesmo pelo estilo físico do autor, ao deixar seus cabelos cumpridos enquanto era jovem, na década de 1960/1970, período da era hippie e contracultura, em volta de drogas, sexo e rock and roll.
Ainda tratando da cultura, foi interessante conhecer sobre a cultura do oriente sobre alimentação, e os hábitos de meditação, espiritualidade e votos de castidade. Bem como a pobreza, a luta de classes os conflitos entre as religiões:
Recordando as tensões similares que fervilharam em Jerusalém na disputada Cúpula da Rocha, olhei para o enorme cadeado de aço no portão e refleti sobre políticas mundiais e derramamento de sangue. Em minhas viagens, em busca do amor por Deus, descobri uma beleza única em todas as religiões do mundo. Contudo, agressividade e fúria em nome de Deus é também uma triste realidade deste mundo. É o caminho daqueles apegados a formas externas e que não compreendem a essência. A essência é uma só: amor incondicional por Deus. Os sintomas de qualquer seguidor verdadeiro são fé, autocontrole, amor e compaixão. (Pág. 191)
Há, ainda, nas últimas páginas há diversas imagens durante a vida do autor e sobre os lugares em que ele percorreu numa busca que atingiu o seus propósitos.
Para adquirir: Coletivo Editorial – Site Oficial
Até o próximo post!
Me acompanhem nas redes sociais *Skoob / *Instagram / *Facebook / * Filmow
[…] Eu recebi esse livro em parceria com o Coletivo Editorial e fui muito surpreendida! Confiram: [Coletivo Editorial] O caminho para casa, por Radhanath Swami. […]
CurtirCurtir