Oies Bookaholics!
Mais uma postagem que entra no desafio Mulheres na Literatura 2017 (que não trata apenas de livros). No ano passado eu conheci o movimento Vamos Juntas?, e após ler o livro descobri o que era a SORORIDADE tive uma percepção diferente sobre a relação entre mulheres:
“SORORIDADE é a união e aliança entre mulheres, baseadas na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.”
E nessa semana, coincidindo com o dia internacional da mulher, eu passei por duas situações em que a sororidade me salvou, e queria muito compartilhar aqui no blog. Antes de qualquer coisa acredito que seja difícil falar de união entre mulheres porque desde cedo somos estimuladas a ter a outra mulher como rival, principalmente quando o assunto é relacionamento com o sexo oposto.
Na segunda-feira minhas aulas voltaram, estava de volta à rotina do estágio e faculdade. Eu estudo à noite, e a professora da segunda aula só liberou a classe por volta das 23 horas, horário que eu já deveria estar pegando o segundo ônibus para voltar para casa. Só para explicar: eu preciso pegar um ônibus que sai da Cidade Universitária (cerca de 5 minutos) e depois outro que vá para o bairro onde moro.
Com a demora acabei pegando o ônibus que vai para minha casa muito tarde. Quando estava chegando perto de casa, 2 meninos muito suspeitos entraram no ônibus, primeiro que já era quase meia noite e minha região é periférica, muito estranho alguém entrar naquele ponto em específico, especialmente naquele horário.
Quando cheguei ao ponto final vi que uma vizinha estava andando mais à frente e corri para alcançá-la, me juntando ao grupo com mais outras 4 meninas. Os meninos passaram por mim e correram para o ponto de ônibus, mas depois voltaram para perto de nós, acredito que para assaltar.
Uma outra vizinha já tinha aberto o portão de sua casa e pediu para que nós entrássemos porque os meninos iriam sim nos assaltar, eles estavam de olho em todo mundo no ônibus e verificando as ruas para ver se havia movimento. Entramos correndo para a casa dela, que muito preocupada ainda esperou para que o marido de uma das meninas fosse buscá-la, e ainda pediu para que eles me levassem em casa.
Agora por que eu estou dizendo isso? Eu conheço de vista essa mulher que nos ajudou desde sempre e acredito que nunca conversamos, na verdade eu mal converso com meus vizinhos, e ela teve essa atitude, se preocupou. Afinal, sororidade não se trata apenas com as pessoas que são da sua família ou são suas amigas. Eu me senti muito grata, porque não é só uma questão de bens materiais que poderiam ser levados e o risco de violência física, toda mulher tem medo de ser abusada em situações como essa, diferente dos homens.
Claro que hoje eu tenho tomado mais cuidado e sempre alguém da minha casa vai me buscar, porque essa semana eu fiquei sabendo de mais dois casos de assalto na minha região. Eu e as demais meninas que estavam juntas naquela situação tentamos andar juntas quando descemos do ônibus, andando por ruas que deixem cada uma mais perto de sua casa. Hoje temo o nosso próprio Vamos Juntas!
Nós, como mulheres, não podemos deixar de fazer as coisas por medo da violência, infelizmente temos que saber lidar e tentar buscar alternativas que nos deixam um pouco mais seguras.
Estava conversando com uma colega sobre a situação que tinha vivido naquela semana e dos perigos que o campus nos oferecia. Essa minha colega está na sua segunda graduação na Letras, morou por um tempo na moradia estudantil e conhece muito bem o campus e os casos de abuso sexual que muitas vezes nem temos conhecimento porque são abafados pela reitoria, para criar aquela falsa sensação de segurança na universidade.
Ela ficou super preocupada comigo, perguntando qual era os caminhos que eu fazia lá dentro, se eu andava sozinha ou não, que horas costumava sair, porque nós temos poucas aulas juntas. Ela me ofereceu companhia para não sair sozinha e ainda disse que toda vez que o noivo dela viesse buscá-la, faria questão de me dar carona. Ainda ofereceu carona para outra amiga minha que morava em uma direção oposta a que iríamos, super fofa e preocupada, com as mesmas preocupações que tinha comigo.
Esse post significa dizer que a sororidade existe e que sim, ainda há esperança. Nós, mulheres, não estamos sozinhas. Pode ser difícil, mas não estamos sozinhas.
Até o próximo post.
Camila Melo
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Oi Ca, tudo bem? Primeiro achei bacana as atitudes de outras mulheres com você, e espero que o mundo seja mais assim, onde as mulheres deixam de lado suas rivalidades impostas para se unirem e protegerem uma à outra. Espero que aos poucos as mulheres percebam que não é a outra que “rouba” ou que vai “acabar com seu relacionamento”, mas sim o caráter do seu companheiro que está com você.
Espero que você continue sendo protegida pelos perigos que nos cercam.
Também acredito na Sororidade. Beijos 😘
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Oies Isa! Tenho esperança de que as coisas mudem ao nosso favor ❤ Muito obrigada pelo carinho, que a corrente da sororidade cresça a cada dia! Bjos ❤
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