Oies BOOKAHOLICS! Finalmente fiz a resenha do primeiro livro do desafio (Re)Leitura: Série Família Walsh – Por Marian Keyes: Melancia. ❤ Eu sou super apaixonada por essa série e reler esse primeiro livro foi muito bom, vários detalhes que eu tinha esquecido foram relembrados e gostei ainda mais, já que a Camila de 25 anos é diferente da Camila de 20 anos, primeira vez que li o livro.
DESAFIO ANUAL: 22/50
FAMÍLIA WALSH – LIVRO I
- Título original: Watermelon
- Autora: Marian Keyes
- Gênero: Chick-Lit
- Lançamento: 1995 – Lançamento Brasil: 2003
- Editora: Bertrand Brasil
- 494 Páginas
- Classificação: 5/5 ❤ ❤ ❤
Sinopse: Melancia é um romance sobre a arte de manter o bom humor mesmo nos momentos mais adversos. Com 29 anos, uma filha recém-nascida e um marido que acabou de confessar um caso de mais de seis meses com a vizinha também casada, Claire se resume a um coração partido, um corpo inteiramente redondo, aparentando uma melancia, e os efeitos colaterais de gravidez, como, digamos, um canal de nascimento dez vezes maior que seu tamanho normal! Nada tendo em vista que a anime, Claire volta a morar com sua excêntrica família: duas irmãs, uma delas obcecada pelo oculto, e a outra, uma demolidora de corações; a mãe viciada em telenovelas e com fobia de cozinha; e o pai, à beira de um ataque de nervos. Após passar alguns dias em depressão, bebendo e chorando, Claire decide avaliar os prós e os contras de um casamento de três anos. É justamente nessa hora que James, seu ex-marido, reaparece. Claire irá recebê-lo, mas lhe reservará uma bela surpresa.
- Personagem principal
Nesse primeiro livro da Série Família Walsh conhecemos a primeira filha Walsh: Claire, uma mulher de 29 anos, formada em Inglês (acredito que não traduziram para Letras), irlandesa mas que deixou seu país há 7 anos para tentar uma vida melhor em Londres, e casada com James há 3 anos. Tudo vira de ponta cabeça quando Claire é abandona por seu marido no dia em que deu à luz a sua filha, e de repente se vê de volta à casa de seus pais, tentando superar, ou não, o choque de ter sido abandonada.
Claire é apaixonada por livros, então logo de cara já dá para simpatizar com a personagem:
” Eu adorava livros. Adorava ler. E adorava homens que liam. ” (Pág. 15)
“Minha adrenalina começava a bombear todas as vezes em que eu chegava a cem metros de distância de uma livraria. Amava os livros… O toque deles e seu cheiro. Uma livraria para mim era como uma Caverna de A lado. Mundos e vidas inteiros podem ser encontrados logo atrás das capas lustrosas. E tudo o que você precisa fazer é olhar. ” (Pág. 275)
E o mais legal foi que Claire conheceu James, seu marido, por conta de um livro que ela já tinha lido e começou a puxar assunto com ele no bar em que trabalhava, quem nunca? Rs 😉
- Por que Melancia?
“Nas poucas semanas antes de dar à luz, eu estava absolutamente enorme. Inteiramente redonda. Como a única coisa que cabia em mim era minha bata de lã verde, combinando com meu rosto sempre verde, por causa do enjôo contínuo, fiquei com a aparência de uma melancia usando botas e um pouco de batom.” (Pág. 33)
- Tema abordado
Depressão pós parto: Claire precisa aprender a lidar com a sua nova situação, mas o choque de ser abandonada pelo marido foi muito devastador para ela. Claire se questiona o tempo todo porque o marido foi embora e teve coragem de traí-la, não consegue sair de casa, negligencia até os cuidados com a filha, passa os dias dormindo ou bebendo muito, não consegue nem ao menos ter forças para tomar banho. A depressão pós parto aliada ao choque da traição e abandono do marido deixaram marcas profundas em Claire, tanto que ela demora muito tempo para escolher o nome de sua filha, Kate, que todos os nomes que pensara, remetiam aos momentos que tivera com o marido, e aquilo era muito doloroso para Claire.
Depressão pós parto é a que acomete a mãe após o nascimento do bebê. Os sintomas podem incluir insônia, falta de apetite, irritabilidade intensa e dificuldade de criar laços com o bebê.
- Outros personagens
– Anna Walsh: irmã mais nova de Claire, acredita em forças ocultas e raramente ara em casa ou em qualquer emprego fixo.
– Helen Walsh: irmã mais nova de Claire, estudante, linda e a destruidora de corações, é petulante, a “cri-cri” da família, tudo tem que ser do seu jeito, e todos devem se moldar às suas vontades. Mas no fim gera muitas risadas ao longo da história.
– Jack Walsh: o pai da família,responsável por limpar a casa e dar todo o apoio às filhas e à esposa, mesmo que às mulheres da sua vida o deixa com os nervos à flor da pele. Tem um papel super importante na crise de Claire.
– Mary Walsh: a mãe da família, viciada em novelas, não tem nenhum talento para a cozinha e mantém sua família alimentada à base de comidas congeladas. Super católica, acredita no casamento e na importância da mulher de ter um homem.
– Adam: amigo de faculdade de Helen, causa o “efeito Adam” em todas as mulheres à sua volta.
- Estilo de escrita da autora
Marian Keyes optou por escrever o livro em primeira pessoa então temos todo acesso aos pensamentos e percepções da personagem principal. Narrado no tempo presente a autora muitas vezes utiliza em sua escrita o recurso de interação entre personagem e leitor, e que nesse livro funcionou muito bem. A autora não teve preguiça e criou histórias dos demais personagens, então à medida que iam aparecendo na história, Claire nos contava algum fato do passado para conhecermos melhor os personagens secundários, mesmo assim, o livro não se tornou monótono, acredito até que enriqueceu muito.
- Aspectos culturais
Algumas questões da cultura irlandesa me chamaram muito à atenção e pesquisando sobre o país descobri o site E-Dublin que aborda várias curiosidades:
– religião: A Constituição, que entrou em vigor em 29 de dezembro de 1937 é um grande marco dos anseios de Eamon de Valera, na época líder parlamentar em Dublin. O objetivo era tornar a Irlanda um país agrário e católico, com um estilo de vida pautado pela Bíblia. Esta Constituição, aprovada por um plebiscito, teve como características a proibição ao divórcio e o impedimento da mulher à atividade doméstica.
Isso explica o porquê da mãe da família Walsh não se sentir na obrigação de cumprir as atividades domésticas, além da sua religião.
– divórcio: o livro foi escritem em 1993, e em uma das passagens Claire afirma que mesmo se James quisessem eles não poderiam se separar porque o divórcio era proibido. No ano de 1986 uma proposta para eliminar a proibição constitucional do divórcio foi submetida a um referendo, entretanto, a proposta foi rejeitada. Apenas no ano de 1995, uma emenda removeu a proibição constitucional, mantendo algumas restrições, como a necessidade do casal estar separado por pelo menos quatro anos para requerer o divórcio legal. Apesar de legalizar a separação, a Irlanda ainda possui o segundo menor índice de divórcio da União Europeia.
Apesar de ser um livro com um tema muito pesado, o tom que a autora aborda é muito cômico, com pitadas dramáticas, o que torna o livro nada entendiante sobre uma mulher na sofrência, na maior bad da vida, mesmo com quase 500 páginas. Podemos acompanhar toda fase de depressão de Claire em meio às lágrimas e risadas com o passar da história, desde sua negação, raiva, decepção, aceitação, tristeza e superação.
“Porém, quando James me deixou, percebi que preferia passar pela dor de cem trabalhos de parto do que passar pela dor de perdê-lo, que senti então. ” (Pág. 20)
“Se você deixa de ter alguém ou alguma coisa, sente sua perda e, depois, passado algum tempo, preenche o buraco que ficou em sua vida, a ausência, aos poucos, fica cada vez menor e, afinal, desaparece. Há um sentido na dor. Há um motivo é uma direção para ela.” (Pág. 92)
O livro trata da trajetória, após um choque traumático e nos faz refletir sobre a vida, perdão, dor, dúvidas e amadurecimento, a saber enfrentar e sobreviver às crises que nos são impostas, a levantar do chão, a sair do fundo do poço (me perdoem pelos clichês, rs).
“Mas a vida era um tipo de criatura irreprimível e, por mais que eu tentasse fingir que não estava ali, ela continuava a enfiar a cabeça através de quaisquer lacunas em minhas defesas e a me fazer brincar em sua companhia. ” (Pág. 112)
“Sabia que fizera a coisa certa. Pelo menos pensava ter feito. Mas acontece que aquilo era a vida real, e nenhuma decisão era inteiramente clara. Não é como virar no lugar certo e conseguir a felicidade para sempre ou virar no lugar errado e sua vida se transformar num desastre. Na vida real, muitas vezes é quase impossível dizer qual a decisão que se deve tomar, porque o que se ganha e o que se perde muitas vezes são equivalentes.” (Pág. 440)
“Meu Deus! Eu detestava aquela história de ser adulta. Detestava tomar decisões quando não sabia o que haveria escondido por trás da situação. Desejava um mundo onde as coisas boas e más tivessem rótulos claros. Onde música sinistra começasse a tocar no instante em que o vilão aparece na tela, de modo a não se poder confundi-lo com o mocinho.” (Pág. 441)
Se ainda não ficou claro essa releitura foi muito mais especial para mim do que a primeira leitura, me lembrei dos motivos que me fizeram apaixonar pela escrita e estilo da Marian Keyes, os temas abordados fazem reflexão a assuntos de extrema importância na vida da mulher e sua relação na sociedade. É muito mais do que um livro de entretenimento para mulherzinha, função que muitos enxergam do gênero Chick-Lit.
“Ninguém sabe o quanto é forte, até precisar ser” (Pág. 461)
Super recomendo, é um dos meus livros preferidos da vida! ❤
No próximo mês (se tudo der certo) tem a resenha do próximo livro da série: Férias!
Até o próximo post!
Camila Melo
Aí que amor 😍
Amei a históriaos, personagens, a temática do livro….
Agr o q me deixou mais curiosa é ele ser um dos seus livros preferidos, me uma vontade de ler :))
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Ohh Lu, que bom que gostou sim, leia e depois me conta o que achou, espero que não seja uma decepção para você, rs 😉 Bjos ❤
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[…] comecei o projeto de (Re)Leitura: Série Família Walsh – Por Marian Keyes e o primeiro livro Melancia já tem resenha […]
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[…] Oies BOOKAHOLICS! Com o mês quase acabando vim trazer segundo livro do projeto de (Re)Leitura: Série Família Walsh – Por Marian Keyes. Para quem não viu o primeiro livro da série já tem resenha aqui no blog, podem conferir as minhas impressões sobre o livro Melancia 😉 […]
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[…] resenhas e como eu gosto de resenhas um pouco mais elaboradas a que mais gostei foi a resenha de Melancia – Por Marian Keyes, já que eu tentei contextualizar a história sob vários […]
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[…] não tenham visto as resenhas do primeiro livro da série, Melancia (Claire Walsh) e o segundo livro Férias! (Rachel Walsh) já estão disponíveis […]
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[…] Melancia (Claire Walsh) – Por Marian Keyes (só pra variar, hahaha) e À Procura de Audrey – Por Sophie Kinsella ❤ […]
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[…] Meu queridinho de sempre❤ Super recomendo: Resenha: Melancia (Claire Walsh), Por Marian Keyes ❤ […]
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[…] Para quem não sabe cito em basicamente todas as TAGs aqui no blog, e recentemente estou num projeto de (Re)Leitura: Série Família Walsh e no mês passado saiu a primeira resenha dessa série, o livro Melancia. […]
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[…] do projeto de (Re)Leitura: Série Família Walsh – Por Marian Keyes e após as leituras de Melancia (Claire Walsh), Férias! (Rachel Walsh) e Los Angeles (Maggie Walsh) vamos conhecer a história de Anna Quando […]
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[…] Adam de Melancia e o Ian […]
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[…] Walsh – Por Marian Keyes e dos seis livros da série eu acabei lendo apenas quatro, sendo eles: Melancia (Claire Walsh) / Férias! (Rachel Walsh) / Los Angeles (Maggie Walsh) e Tem Alguém Aí? (Anna Walsh). Eu […]
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