Resenha | Profissões para mulheres e outros artigos feministas, de Virginia Woolf

DESAFIO MULHERES NA LITERATURA – 2016

Oies BOOKAHOLICS!  Mais uma resenha nesse mês dedicado às mulheres na literatura 😉

DESAFIO ANUAL: 13/50

• Título Original: “Professions for women”,”The feminine note in fiction”, “Women novelists”, “The intellectual status of women”, “Two women”, “Memories of a working women’s guild”, “Ellen Terry”
• Autora: Virginia Woolf
• Lançamento Brasil: 2012
• Editora: L&PM Editores
• 112 Páginas
• Classificação: 4/5

Sinopse: Profissões para mulheres e outros artigos feministas reúne sete ensaios de Virginia Woolf nos quais ela questiona a visão tradicional da mulher como “anjo do lar” e expõe as dificuldades da inserção feminina no mundo profissional e intelectual da época. Numa era em que o papel da mulher modifica-se cada vez mais rapidamente, as críticas e reflexões de Virginia mostram que a autora estava à frente de seu tempo. Uma das romancistas mais inovadoras da literatura inglesa, Virginia Woolf (1882-1941) notabilizou-se também como uma das precursoras do feminismo contemporâneo. Além dos seus clássicos modernistas Mrs. Dalloway e Rumo ao farol, escreveu artigos nos quais explorou sem igual a questão da mulher e seu papel em uma sociedade dominada por homens, ideias que ajudaram a pavimentar o caminho do movimento feminista.

Primeiramente,  eu só consegui ter acesso a esse livro graças à minha amiga Mari (muito obrigada 🙂 ), que participa de um projeto muito legal que se chama Livro Viajante e indico para todos 😉

Na verdade,  penso eu, ainda vai levar muito tempo até que uma mulher possa se sentar e escrever um livro sem encontrar com um fantasma que precise matar,  uma rocha que precise enfrentar.  E se é assim na literatura,  a profissão mais livre de todas as mulheres,  quem dirá nas novas profissões que agora vocês estão exercendo pela primeira vez? (Pág.  17)

Virginia Woolf,  como descrita na sinopse,  é considerada uma autora a frente do seu tempo, uma mulher que luta pelo fefeminismo e pelos direitos das mulheres no século XX.

O problema da arte já é bastante difícil em si, mesmo sem ter de respeitar a ignorância do espírito das jovens ou pensar se o público vai julgar se os padrões de pureza moral apresentados na obra correspondem aos que ele tem direito de esperar de nosso sexo. (Pág.  27)

Nesse livro, a partir dos ensaios da autora, já é possível notar que a luta pela igualdade de gênero é uma luta não de agora. Woolf não mede suas palavras para rebater críticas machistas e os costumes durante o tempo que estava viva.

A maioria dos ensaios encontrados nesse livro são baseados em críticas literárias e eventos, o que torna algumas citações sem muita referência ou contexto.  Confesso que tive certa dificuldade em desenvolver a leitura,  mesmo com um livro tão curto, já que senti a necessidade de ler o livro ou resenha que a autora estava rebatendo.

Para mim é também para quem está iniciando sua jornada no mundo do feminismo,  esse livro pode até ser um pouco complexo pelo ponto do contexto que me referi anteriormente,  mas ainda assim é interessante fazer uma comparação entre as décadas de 20, 30 e 40 com os dias de hoje.

Querida, você é uma moça.  Está escrevendo sobre um livro que foi escrito por um homem. Seja afável;  seja meiga; lisonjeie; engane; use todas as artes e manhas de nosso sexo. Nunca deixe ninguém perceber que você tem opinião própria.  E principalmente seja pura. (Pág.  12)

Acredito que conforme for me aprofundando na vida de Virginia Woolf mais claros podem ser o contexto de suas obras.

Até o próximo post.

Camila Melo

 

 

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